terça-feira, 15 de novembro de 2011

o primeiro

numa fresta entreaberta
cá estou atrás da porta
os olhos espremidos por uma luz bem gasta
não sei bem o que eu vejo
milhares de sombras retorcidas sem contorno de rosto
talvez lábios secos e finos
que podem me pedir silêncio
seus olhos eu não vejo
mas os penso bem pequenos e sem brilho
como que já viram e sentiram ameaças do querer
tímida, insisto
escrevo com atraso essas linhas que me escondem
me arrisco sem sentido
ante a sombras, sem clarão.

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